Paul McCartney e sua filha Mary
Desde
quando Maria Antonia nasceu tive vontade de carrega la sempre pertinho de mim. Ganhei
um sling de argolas e passei a usa lo. Foi uma coisa instintiva. (Aprendi a seguir meu instinto, deixa lo aflorar com ajuda da ocitocina que inundava o ambiente naturalmente durante meu pré
natal por conselho do meu obstetra). Quando o de argolas
já estava pequeno e calorento para o clima da minha cidade, comprei um Wrap
Sling dry fit pela internet.
Trata se de
uma faixa de tecido com mais ou menos 75 cm de altura por 5 m de comprimento. Na
verdade penei um pouco no começo para acertar as voltas e principalmente para
colocar uma bebe com excesso de gostosura confortavelmente sem que amassasse demais
suas coxas e dobrinhas. Dentro de uma semana já estávamos familiarizadas e aí
foi só alegria. Que sensação maravilhosa ter seu bebe ali pertinho do coração
confortavelmente, sem sobrecarregar a coluna e ainda ter as duas mãos livres!!!
Percebi que Maria ficava mais calma no sling pois o balanço, o calor e o som da
minha voz faziam as vezes do útero. Ali ela se sentia acolhida, segura e ficava
mais calma, as vezes adormecia.
Íamos a feira, a padaria, ao mercado tudo com
o sling. Slingavamos o tempo todo. Recebíamos
vários olhares curiosos, alguns sorrisos e algumas perguntas. Em casa usávamos para tudo, só não cozinhava e
slingava por motivos óbvios, mas confesso que um xixi na hora do aperto já
rolou..rs..
Há tempos o
aposentamos pois ela já prefere ficar no chão e explorar o ambiente. Mas não
existe limite de peso e idade para slingar. Pouquíssimas vezes vi mães
slingando por aqui, infelizmente. Mas recentemente na reunião de pais da creche
da Maria a psicopedagoga mencionou os benefícios do contato físico e afeto
entre mae e filho que o sling proporciona. Em países africanos os carregadores
de bebes são muito usados. Segundo a fonte informada, bebes ugandeses dao o
primeiro passo aos 10 meses de vida.
Pesquisadores descobriram que o sling foi fator importante para o
desenvolvimento dessas crianças. Aqui em casa no dia que Maria completou 10
meses deu o primeiro passo! Não dá para afirmar que foi por causa do sling mas
que ele ajudou não tenho dúvidas.
Os bebes
que são carregados em sling choram menos ¹, são mais saudáveis (melhor
habilidade motora, coordenação, equilíbrio e ganham peso mais rápido) ², se
sentem mais seguros e tem acesso a comida, calor e amor ³, dormem melhor ³,
aprendem mais³ e se sentem mais amados4 .
Listei aqui
alguns tipos de sling.
Sling de
argola
Wrap Sling
Alguns cuidados
devem ser tomados ao utilizarmos o sling. Para que mae, pai e bebe fiquem
confortáveis e seguros. Se o sling for dessa argola essa não deve ser de
plastico ou bijouteria e sim de nylon. Por isso nem sempre preco baixo
significa qualidade, cuidado. As faixas de tecido devem estar bem distribuídas
para evitar a compressão e desconforto na região dos ombros.
O quadril
deve estar flexionado fazendo um ângulo menor que 90 graus, assim os joelhos
ficam um pouco mais altos que o bumbum. Dessa forma a cabeça do fêmur fica perfeitamente
encaixada a articulação do quadril. Essa é a posição fisiologicamente correta e
que previne futuros problemas na articulação do quadril. Aí está a grande vantagem
do sling comparado ao canguru. Nele notamos que as perninhas do bebê ficam
penduradas e não dobradas como ‘sapinho’ (essa postura ajuda no desenvolvimento
correto das articulações dos quadris). No canguru o peso do bebê fica apoiado
na região genital ao invés do bumbum, e sua coluna assume uma postura
não fisiológica prejudicando o desenvolvimento correto das estruturas.
Particularmente
não gosto da posição de frente porque o posicionamento não fica muito correto e
existe o risco da criança ficar com as perninhas soltas e esbarrar em objetos.
Recentemente muita gente tem usado um carregador estilo Canguru que se diz ergonomico. Na minha opiniao ele nao é ergonomico e nao respeita os angulos articulares seguros a fim de evitar luxacoes. Uma mae, certa vez me disse que mesmo no colo, no braco o bebe nao fica na posicao articular adequada. Mas vamos fazer um raciocinio. Quando estamos carregando so no braco nao ficamos sequer uma hora na mesma posicao exatamente. É natural do nosso corpo mudarmos de posicao sem percebermos, diferente de quando usamos o sling. Podemos ficar mais tempo com o bebe ali na mesma posicao, sem que ele se movimente por isso a posicao correta é tao importante.
Pra nao causar estress em estruturas nao preparadas e posturas nao fisiologicas.
Esse vídeo
aqui é muito bom, bem explicativo, ângulos corretos e o bebe é grande,
mostrando que nem por isso é difícil usar sling. Uma boa dica é fazer a amarração
na frente do espelho até pegar o jeito.
https://www.youtube.com/watch?v=V_b4a3o6mvc
A escolha
do sling é muito particular. Por aqui o que mais deu certo foi o wrap sling.
Sem duvidas é um ótimo presente ou investimento.
Se na sua
cidade você não encontra para comprar ou se o orçamento anda curto dá pra fazer
em casa mesmo. Compre cinco metros de malha de algodao sem muito elastano para
não esticar demais e corte em três partes iguais no comprimento (pois ela tem
180 cm de altura, nesse caso dariam três slings de 60 cm ) não precisa passar
costura, é só slingar e amar.
Referencias:
1. Hunziker,U. A. and Barr, R, G. (1986).
“Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial”.
Pediatrics, 77, 641-8.
“Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial”.
Pediatrics, 77, 641-8.
2. “Current knowledge about skin-to-skin (kangaroo)
care for pre-term
infants”. J Perinatol. 1991 Sep11: The Importance of Skin to Skin Contact.
infants”. J Perinatol. 1991 Sep11: The Importance of Skin to Skin Contact.
3. Whiting, J. W. M. (1981).
Environmental constraints on infant care practices.
In R. H. Munroe,
R. L. Munroe & B. B. Whiting (Eds.), Handbook of cross-cultural human
development, New York: Garland STPM Press.
In R. H. Munroe,
R. L. Munroe & B. B. Whiting (Eds.), Handbook of cross-cultural human
development, New York: Garland STPM Press.
4. Powell, A.”Harvard Researchers Say Children Need
Touching and Attention”,
Harvard Gazette
Harvard Gazette
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