quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Inchaço (edema) na Gravidez

Depois, as sandálias, que estavam levemente apertadas, passam a não servir mais.

Até os anéis e as pulseiras também podem ser aposentados temporariamente. 

O inchaço, especialmente dos membros inferiores, costuma ser a causa de muitas queixas entre as grávidas.
A boa notícia é que na maioria das vezes o edema, como chamam os médicos, só causa desconforto e não deve ser motivo de preocupação. 

O inchaço aparece por razões simples. Entre o final do segundo trimestre de gestação e o início do terceiro, o útero – que cresce acompanhando o desenvolvimento do bebê – passa a comprimir os vasos pélvicos, localizados na região pélvica. Com isso, o retorno do sangue fica prejudicado. 

O sangue sai do coração, segue para as pernas e os pés e, na hora de retornar para a parte superior do corpo, encontra resistência.

O volume de sangue circulante no corpo da mulher aumenta durante a gravidez – à custa de água. Por isso, se diz popularmente que o sangue fica ralo. Na verdade, a gestante retém líquido e ele se mistura ao sangue, deixando-o realmente diluído. Uma das conseqüências pode ser a anemia. A outra é que, quando o sangue encontra resistência para retornar aos membros superiores, essa água extravasa pela parede das veias, causando o inchaço de pernas e pés.

Cada gravidez é diferente da outra. Alguns fatores são comuns – a retenção de líquido, a compressão da veia cava (na região pélvica) e o aumento do sangue circulante. Porém, o inchaço pode aumentar quando a mulher está acima do peso, fica grávida de gêmeos (pois o útero fica mais pesado, comprometendo ainda mais a circulação) e se enfrentar temperaturas temperaturas elevadas ao longo do último trimestre de gestação.

Normalmente, o problema aparece nos membros inferiores, deixando pés, tornozelos e pernas inchados. Porém, o edema pode surgir na parte superior do corpo. “A alteração atinge todo o aparelho circulatório e, por isso, mãos, braços e até mesmo o rosto podem ficar inchados”, explica Luciano Gibran, ginecologista do Hospital e Maternidade São Camilo, pai de João e Bruno.

Uma série de fatores pode influenciar o aparecimento ou não do inchaço. O ideal é que a mulher se prepare até mesmo antes de engravidar, já que excesso de peso, tabagismo e alimentação desregrada colaboram para o surgimento do problema. “Mulheres com estilo de vida saudável, que estão dentro do peso ideal, não fumam, se alimentam corretamente e fazem exercício têm menos chances de inchar”, orienta Renata Lopes Ribeiro, médica do Hospital e Maternidade São Luiz, filha de Lia e Flávio.

De acordo com Renata, pacientes gordinhas e obesas já convivem com uma alteração do sistema circulatório e, durante a gravidez, a circulação do sangue fica ainda mais prejudicada. A idade da grávida e o número de filhosque a mulher já teve também são fatores de influência. Isso porque, com o tempo, a circulação passa a funcionar de forma diferente. E, a cada filho que essa mulher tem, mais prejudicado fica seu aparelho circulatório. 

As mulheres que engravidam por meio de métodos artificiais também têm tendência maior de inchar. Segundo Isaac Yadid, especialista da Clínica Huntington de Medicina Reprodutiva, pai de Stephanie, Vicky e Daniel, isso ocorre porque é feito uso de hormônios. “Os níveis de estradiol e progesterona quase chegam a dez vezes o valor normal”, explica.

Mas há como contornar ou pelo menos amenizar o desconforto. A primeira dica é modificar a alimentação. Para reduzir a retenção de líquido, a gestante deve utilizar pouco sal no preparo de seus pratos. Para melhorar a circulação, a recomendação são as aulas de hidroginástica – duas vezes por semana para mulheres sedentárias, ginástica para gestante, drenagem linfática (realizada sempre por um fisioterapeuta especializado) – ou caminhadas. O uso de meia elástica de média compressão também ajuda. Ela deve ser colocada logo de manhã e retirada ao final do dia. 

O inchaço costuma ser maior no fim do dia e nos dias mais quentes, principalmente quando a grávida fica longos períodos em pé ou sentada. Por isso, outra recomendação é que a mulher coloque as pernas para cima à noite durante uma hora. Basta colocar um travesseiro embaixo do colchão, deixando-o inclinado. Isso ajuda o sistema circulatório a funcionar melhor. 
Drenagem Linfática

Por fim, parte dos médicos orienta as pacientes a fazerem drenagem linfática. Mas atenção: o ideal é que seja procurado um profissional habilitado a trabalhar com gestantes. Renata alerta que a massagem não pode ser feita na barriga, pois ela pode estimular a contração uterina, levando ao trabalho de parto prematuro.

Sinais de alerta

Apesar de na maioria das vezes o inchaço não representar perigo, os médicos sempre estão atentos a sinais que podem indicar problemas: inchaço maior do que o normal, ganho de peso muito intenso – mais de um quilo por semana –, limitação no movimento dos dedos das mãos, formigamento dos braços e dor de cabeça na região da nuca. Nesse caso, a gestante pode estar com algum problema renal ou sofrendo com pressão alta, que pode levar à pré-eclampsia.

Foi o que aconteceu com a publicitária Ana Lúcia Matuck, 36 anos, mãe de Ana Luiza. Até o sexto mês de gestação, elahavia ganhado mais peso do que o indicado, mas a gravidez corria tranqüila. Na passagem para o sétimo mês, Ana Lúcia começou a sentir pressão nos pés e nas pernas. “Um dia, no trabalho, olhei para os meus pés e eles pareciam dois pãozinhos”, conta. 

A publicitária desenvolveu diabetes gestacional e teve pressão alta, o que a levou a modificar a dieta. Sua médica vetou tanto o sal quanto o açúcar. “Fiquei em choque. Minha ginecologista dizia que se eu não me cuidasse iria matar minha filha”, relata. Com as restrições, Ana Lúcia desinchou e chegou a perder peso no final da gravidez. Mesmo assim, entrou de licença antes do parto para garantir a saúde do bebê. 

O inchaço costuma aumentar logo após o nascimento do bebê. “O sangue que a mulher compartilhava com a placenta volta para ela”, explica Renata. Ocorre o que os médicos chamam de “redistribuição do líquido”. Com o passar dos dias – com uma alimentação equilibrada e, principalmente, com a amamentação –, o edema tende a diminuir e, depois, acabar.

O inchaço não costuma deixar conseqüências, mas pode aumentar a incidência de varizes e hemorróidas. As mulheres que desenvolvem doenças durante a gravidez devem ficar atentas. Apesar de a diabetes gestacional e a pressão alta desaparecerem na maioria dos casos, o fato de elas terem surgido durante a gestação, época em que o sistema imunológico está em baixa, indica um tendência ao desenvolvimento dessas doenças ao longo da vida.

Fonte: portal.mksnet.com.br

2 comentários:

  1. Oi, a 3 anos tive um bebê de parto cesario e fiquei com a perna e pé esquerdo enchado, já fiz varios exames, mais nem detectou o problema. Gostaria de saber se alguém sabe alguma coisa a respeito dessa infermidade. Obg.

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  2. Olá, queria saber um pouco mais sobre o que está passando para que realmente possamos começar a pensar no que aconteceu...

    thaisramosdias@gmail.com

    Abraços

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