Gestantes que têm uma rotina de treinamento – mesmo que apenas na academia – antes da gravidez devem se preparar para interromper de vez os esportes que praticam?
“As gestantes que antes da gravidez tinham uma rotina de treinamento diário, não devem parar subitamente com a atividade física em uma gravidez normal, isso pode até ser prejudicial do ponto de vista físico e emocional”, explica Edgar Nunes, fisioterapeuta do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
“As gestantes que antes da gravidez tinham uma rotina de treinamento diário, não devem parar subitamente com a atividade física em uma gravidez normal, isso pode até ser prejudicial do ponto de vista físico e emocional”, explica Edgar Nunes, fisioterapeuta do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
De acordo com o especialista, devem ocorrer mudanças no treinamento diminuindo a frequência, intensidade ou volume dos treinos, mas não uma parada completa, isso tanto para as atletas de alto rendimento quanto para aquelas que praticam uma atividade física regular e não competitiva. Atividades como caminhada, corrida, natação, musculação, pilates entre outras são indicadas, evidentemente com critérios, tendo-se cuidado principalmente no primeiro trimestre da gestação.
“Deve-se avaliar qual esporte se praticava antes da gravidez, às vezes, dependendo da atividade física, ela se torna contraindicada, como nos casos de lutas, esportes radicais ou de alto impacto”, completa Nunes.
Riscos
Os riscos ortopédicos envolvidos nos treinamentos mais intensos dependem muito da atividade física que a gestante pratica. “Mas de forma geral, as lesões mais comuns são as lombalgias mecânicas e posturais, entorses principalmente de joelhos e tornozelos, já que durante a gestação fatores hormonais contribuem para uma frouxidão dos ligamentos, deixando as articulações mais suscetíveis a essas lesões”, explica o especialista.
Os principais problemas que mães esportistas podem correr envolvem a torção em tornozelos e joelhos (afinal, o peso do corpo muda e, consequentemente, o equilíbrio), os traumas diretos na região abdominal (cair sobre a barriga, por exemplo), as dores na coluna por alterações posturais ou por sobrecarga, a hipertermia – diminuição da temperatura do corpo durante o treino – e a fadiga.
Para os bebês, caso se mantenha uma rotina de exercícios físicos muito intensa, aponta Edgar, o perigo é de ocorrer problemas decorrentes de trauma abdominal – por quedas – ou mesmo um trauma direto. Além disso, a hipertermia da gestante pode levar à hipóxia – diminuição no oxigênio – do feto e consequentemente o mau fechamento do tubo neural. Além disso, o bebê pode ficar com peso abaixo do normal no nascimento devido a uma rotina de exercícios intensa e mal executada.
Quanto à alimentação, Edgar Nunes lembra que repositores energéticos, proteinados e outros tipos de alimentos para esportistas (principalmente quem faz academia) são contraindicados, apesar da necessidade de se fazer uma análise individual dessas mães esportistas para que a saúde dela e do bebê não fique comprometida.
Após o nascimento, a rotina pode voltar ao normal, mas depende do tipo de parto
“Antes de retornar à rotina que se tinha antes da gravidez, deve-se avaliar qual tipo de parto. Num parto normal, exercícios para fortalecimento e tonificação da região abdominal normalmente podem ser reiniciados após 30 dias. No caso das cesarianas, ao menos seis semanas”, aponta Nunes.
“É importante que essas futuras mamães saibam que em uma gravidez que caminha sem complicações o exercício físico é indicado e benéfico para a mãe tanto do ponto de vista físico como emocional, porém, essas atividades devem ser criteriosas, principalmente no primeiro trimestre”, finaliza.
Por: Uriart-Baby
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